É difícil determinar a época em que
a importância das feiras portuguesas declinou. Durante os
reinados de D. João II e de D. Manuel são numerosas as cartas
que confirmam os privilégios de feiras anteriormente instituídas
e algumas aparecem que dizem respeito a feiras de criação
recente. Ainda no de D. João III, em 1528, o duque de Bragança
alcançava mercê para repartir vantajosamente, pelo ano inteiro,
os oito dias da sua feira franca de Vila Viçosa. Em 1576, foi
concedida à cidade do Porto uma feira franqueada durante o
encabeçamento das sisas. |
No entanto, parece poder considerar-se o fim do século XV como o
período de enfraquecimento da importância das feiras em
Portugal, porque elas haviam deixado de ser os únicos, ou os
mais importantes, centros de tráfico.
As cidades e as vilas, desenvolvendo-se e prosperando, serviam
mais
adequadamente os interesses e as necessidades económicas da
comunidade.
É natural que esse declínio se acentuasse no
século XV, quando Portugal brilhou como potência marítima e ultramarina
de primeira grandeza, quando o grande comércio se concentrou
definitivamente nas cidades-portos do litoral. A partir do reinado de D.
Manuel as feiras entraram numa fase de decadência, sem que, no final da
sua linha evolutiva, as possamos comparar com as suas avoengas
medievais.
No séc. XVIII ainda se instituíram feiras. Em 1720 criou-se no Porto uma
feira franca de fazendas e animais. Em 1776 realizou-se em Oeiras,
durante três dias, uma feira a que podemos chamar a primeira feira ou
exposição industrial portuguesa, com representação de todos os produtos
da indústria nacional da época. Não obstante a decadência que
assinalámos, ainda hoje é possível a existência dessas reuniões
periódicas por todo o território português. E se subsistem entre nós os
bufarinheiros, o comércio errante, os feirantes, e as feiras, é porque
eles representam o seu papel na economia da
Nação e vários pequenos produtores encontraram neles a melhor forma de |
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colocação e distribuição dos seus
produtos e artefactos. |
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